Desde o 2° semestre de 2010, já se comentava sobre alterações das regras para 2011. No final de janeiro deste ano, as mesmas foram confirmadas e apresentadas no site da CBFS.
O Pablo Ramon Coelho de Souza, treinador de Futsal, professor universitário da disciplina Futsal, autor de DVD's de Futsal e criador do site www.profutsal.com.br apresenta os seus comentários sobre as principais alterações na regra.
- DELIMITAÇÃO DE ÁREA TÉCNICA EM QUE O TREINADOR PODERÁ PERMANECER EM PÉ PARA PASSAR INSTRUÇÕES PARA A SUA EQUIPE
Comentário: Acho importante delimitar a área de atuação dos treinadores, para não interferir no andamento do jogo e relativizar a sua participação durante as ações do mesmo.
- NO TIRO LATERAL, BOLA PODERÁ ESTAR SOBRE A LINHA OU, NO MÁXIMO, 25cm, PARA FORA DA LINHA
Comentário: Considero positiva a mudança, pois agiliza o jogo e diminui o número de laterais revertidos por se colocar o pé de apoio dentro da quadra, principalmente, em categorias de base.
- NÚMERO MÍNINO DE 3 ATLETAS PARA INICIAR UMA PARTIDA
Comentário: Uma mudança influenciada pela regra do futebol de campo, que prevê o mínimo de 7 atletas. Acredito que também tenha sido uma mudança para atender aos diferentes contextos de prática do futsal, principalmente, jogos colegiais, em que, para evitar o W x O, se permitirá iniciar com 3 atletas.
- TREINADORES SOLICITARÃO O TEMPO TÉCNICO APRESENTANDO UMA PLAQUETA
Comentário: Torna o processo mais burocrático, mas, talvez, facilite a comunicação e padronize procedimentos. Preferia do modo como era, explorando a expressão corporal do treinador e algumas leituras prévias, no ato do pedido de tempo.
- NA BOLA DE SAÍDA, NÃO VALE O GOL DA BOLA CHUTADA DIRETAMENTE PARA A META
Comentário: Positiva a mudança, pois busca-se evitar as finalizações diretas, principalmente, em quadras menores, em jogos de categoria de base.
- PARTICIPAÇÃO DO GOLEIRO COM OS PÉS
a) Estando o goleiro com a bola em jogo: Após o goleiro haver tido contato com a bola, para o mesmo voltar a recebê-la de um companheiro de equipe, de forma intencional, sem que a bola tenha sido jogada ou tocada, por um adversário, o goleiro deve estar posicionado na meia-quadra de ataque.
Comentário: Considero uma mudança positiva, tendo em vista que, após o aumento no comprimento das quadras, as equipes passavam a bola do meio e após se sentirem pressionadas, voltavam a bola para o seu goleiro, com muita freqüência, tornando o jogo monótono. Agora, a tendência será a diminuição do uso do goleiro e, caso a equipe adote o risco, a utilização de um atleta de linha no gol.
b) Arremesso de meta: Após o goleiro executar o arremesso de meta e a bola ter entrado em jogo, não poderá recebê-la de um companheiro de equipe, em qualquer parte da quadra, sem que a bola tenha antes sido jogada ou tocada por um adversário.
Comentário: Não gostei desta diferenciação no arremesso de meta, pois para mim, poderia seguir o mesmo raciocínio da situação com a bola em jogo, ou seja, o goleiro poderia recebê-la novamente, se este estivesse na sua meia-quadra de ataque. Assim sendo, não será possível, utilizar o goleiro-linha após um arremesso de meta, o que empobrece as alternativas táticas e dificulta a compreensão por parte do público em geral.
Ele penso que mudanças são positivas para alavancar a modalidade. O problema é que, no futsal, elas tem sido muito frequentes, dificultando o processo de ensino e atualização dos seus itens para o público em geral.
Além disso, no final das contas, para termos certeza das reais implicações no jogo, teremos que aguardar. Entretanto, quem quiser sair na frente, já pode ir pensando em alternativas técnico-táticas para surpreender os adversários, principalmente, em como utilizar goleiro-linha ou linha-goleiro, com estas novas regras.
